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Carta do Padre Geral – 3 - Setembro 2007
Encontro dos Superiores Maiores e formadores, e Conferência Internacional
Em fins de julho e inícios de agosto realizou-se o encontro dos Superiores Provinciais e Regionais da Congregação, com a presença também dos responsáveis pela formação. O encontro ocorreu em DeSales University, nos Estados Unidos.
Os primeiros dias foram dedicados à partilha sobre o que está acontecendo na formação em nossa Congregação. Foi um olhar sobre nossa realidade interna em termos de formação. Eu gostaria de destacar dois aspectos: em primeiro lugar, os relatórios por escrito e a partilha em grupos e em plenário revelaram que existe, em geral, um grande esforço na Congregação para oferecer uma formação eficaz. Há muitas coisas boas acontecendo! Há muitas criatividades e empenhos no sentido de ajudar os candidatos que são acolhidos em nossas Casas de Formação. Em segundo lugar, percebemos que existem acentuadas diferenças entre a formação nas diversas Províncias, Regiões e lugares de missão. O processo de partilha levou-nos a ter consciência a de que precisamos buscar uma maior unidade em termos de formação, e que é bom formular diretrizes que nos ajudem a alcançarmos uma maior unidade no campo da formação.
Debatemos diversas propostas no sentido de termos programas de formação em comum, como: ter um escolasticado comum (ou para todos os Oblatos; ou para os escolásticos na Europa; ou em Pretória, em língua inglesa); organizar um período de formação comum, a nível internacional; ter uma comunidade internacional de Oblatos na França (com a possibilidade de aprofundamento em assuntos salesianos). Em geral essas propostas não tiveram muito apoio. Questões práticas (diferentes línguas e culturas, perigo da formação desinculturada, dificuldades financeiras, dificuldades de realizar trabalhos pastorais, etc.) sempre foram apresentadas como fatores que dificultariam reunir formandos de diversas Províncias/Regiões para um programa em comum.
Mas se, por um lado, não vemos possível unir-nos em programas comuns de formação, por outro lado duas coisas ficaram bem claras: 1) Precisamos continuar realizando experiências de inter-ajuda em programas comuns em níveis mais próximos, de acordo com a necessidade e a possibilidade. Exemplos: em Pretória funciona há mais tempo um escolasticado com jovens da África do Sul, da Namíbia e do Benin; já houve noviços da Itália e França que realizaram o noviciado no Brasil; as Províncias e Regiões que estão em processo de fusão já possuem programas de formação em comum. 2) Há o forte desejo de caminharmos mais unidos na formação, o que se revela na decisão de elaborar linhas e orientações comuns de formação no campo salesiano.
Além disso, constatamos que temos a nossa disposição uma herança salesiana muito grande e rica. Encontramos uma vasta quantidade e diversidade de material, que está disponível para ser utilizada na formação. A graça de Deus nos privilegiou ao deixar-nos como herança um tesouro espiritual tão rico e único. Percebe-se a necessidade de selecionar material e dispô-lo adequadamente a serviço do processo de formação de novos Oblatos.
Coordenador Geral da Formação
Um dos resultados imediatos desse encontro entre Superiores Maiores e formadores foi a decisão do Conselho Geral de nomear o Pe. Lewis Fiorelli como Coordenador Geral da Formação. É uma função nova e que surgiu como necessidade neste momento de nossa história. Nessa função Pe. Fiorlli assume três tarefas específicas:
1) Coordenar o processo de formulação de diretrizes em espiritualidade salesiana e na vida do Oblato. Isso incluirá orientações para as três etapas de formação: postulado, noviciado e pós-noviciado. As diretrizes para cada uma dessas etapas incluirá a formulação de um objetivo para a determinada etapa de formação, o estabelecimento de um conteúdo salesiano mínimo a ser desenvolvido na etapa, e a indicação de fontes salesianas disponíveis e úteis para a etapa. Pe. Fiorelli elaborará um primeiro esboço, o qual será enviado aos Superiores Maiores e formadores, para que estes possam dar sua contribuição no processo. Futuramente, num futuro encontro dos Provinciais e Regionais faremos a aprovação final do documento. Evidentemente essas diretrizes a serem definidas deverão estar em consonância com as orientações de nossas Constituições sobre a formação de Oblatos.
2) Avaliar os elementos especificamente salesianos na formação nas diversas Províncias e Regiões, e estar à disposição de qualquer Província ou Região que necessite de uma ajuda na formação em algum tema específico dentro da área da formação salesiana.
3)Ver a viabilidade de realizarmos, no futuro, um encontro de formação para formadores Oblatos na área da espiritualidade salesiana. Essa viabilidade será discernida e decidida com o Conselho Geral.
Aproveito a oportunidade para expressar minha gratidão de todo coração ao meu predecessor, Pe. Lewis Fiorelli, por dispor-se prontamente a servir a Congregação nessa área de formação, a qual é de fundamental prioridade para nós. Que seu serviço seja guiado pelo Espírito Santo!
Pisando em terra sagrada
Já quase no final do encontro dos Superiores Maiores e formadores foi pedido que cada participante expressasse o que foi para ele o mais significativo do encontro. Um coirmão disse que deu-se conta de que estamos pisando em terra sagrada.
Foi uma observação muito oportuna. Era uma constatação carregada de prudência e, principalmente, de sabedoria divina. Todos nós, como Oblatos, em algum momento de nossa missão, certamente já percebemos que a pessoa humana é um mistério. Isso equivale a dizer que ela é merecedora de todo nosso respeito. Quando uma vez Pe. Brisson pediu ao padres Oblatos que rezassem pelo penitente antes de atendê-lo em confissão, certamente ele estava consciente do mistério que cada pessoa é.
Isso vale de modo especial quando falamos em ajudar alguém que se aproxima de nós e expressa o desejo de ser Oblato. O que levou esse jovem a aproximar-se de nós? O que realmente se passa em seu coração? Que experiências marcaram sua vida? Quais são seus sonhos, seus ideais? Qual é a obra que Deus está realizando nessa pessoa?
Ser formador é essencialmente ajudar o formando a discernir a vontade de Deus em sua vida, e a verificar se ele possui estrutura de personalidade capaz de assumir as consequências da vida consagrada. É uma tarefa nobre, mas também muitas vezes não fácil e complexa. Dizer que estamos em terra sagrada significa ter a consciência de que Deus conhece e ama infinitamente mais o formando do que nós o conhecemos e amamos. Mais do que isso: Deus conhece muito mais o formando e o ama infinitamente mais do que ele a si mesmo. O formando é, para o formador, uma realidade sagrada, uma terra santa, na qual Deus já iniciou uma obra de amor.
Isso requer que o formador cultive uma contínua vida pessoal de união com Deus. A eficácia de sua missão requer as atitudes de humildade, profundo respeito pela pessoa do formando, paciência e, acima de tudo, amor centrado em Cristo. Essencialmente a tarefa do formador consiste em ajudar o formando a escutar a voz do Espírito, para discernir e acolher a vontade de Deus em sua vida. O discernimento deve ser feito pelo formando diante de Deus. O formador coloca-se a serviço do formando neste discernimento. De outro lado, também a Congregação faz seu discernimento diante da caminhada do formando. O Pe. Peter Ryan, SJ, que nos assessorou durante o encontro, alertou-nos sobre o que cabe à Congregação realizar no processo de discernimento e de formação, e sobre o que cabe ao candidato que deseja ser Oblato realizar.
O nosso coirmão Alexandre Pocetto apresentou-nos a “Visão Salesiana de Santidade: uma Espiritualidade para o Imperfeito”. A experiência da imperfeição faz parte de nossa vida diária. Para quem trabalha na formação essa experiência revela-se em diversos momentos e traz diversas perguntas. Na formação muitas vezes exprimentarmos que temos mais perguntas do que respostas. Essa constatação não deve nos acomodar e nem dever ser um convite para conformar-nos com a atual realidade de nossa formação. “Não nos admiremos ao encontrar imperfeições em nós e coisas para corrigir. Nunca a obra está completa. Tem que se começar sempre de novo e de bom ânimo”, diz São Francisco de Sales (Cartas 1049; O.C. XVI, p. 312).
Para quem se dedica por longo tempo ao trabalho de formação, uma pergunta normalmente surge: os anos de formação oferecidos ao formando realmente mudam sua vida, levam-no a encarnar os valores salesianos em sua vida? Ou a formação tão somente leva a assumir comportamentos externos que são esperados socialmente de um religioso? Essa pergunta sobre a eficácia da formação é uma questão crucial, mas que precisa ser respondida. Aqui estamos tocando num assunto bastante complexo, objeto hoje de tantos estudos e pesquisas. Trata-se das forças inconscientes que todos nós trazemos em nossa bagagem. O processo de discernimento vocacional normalmente leva em consideração os elementos conscientes na pessoa do formando, isto é, aquilo que ele conhece a respeito de si mesmo. Mas o que dizer das realidades que estão nele e que são insconscientes? Essas realidades também entram em jogo ao tomar decisões e, muitas vezes, exercem uma força bastante intensa na vida do formando (assim como na de todos nós). O certo é que, quanto mais um candidato conhece sua realidade interior, tanto mais ele está livre e, assim, em condições de fazer decisões mais consistentes e duradouras. Ajudar o formando a conhecer-se e a acolher sua própria realidade é fundamental e libertador, e capacita a tomar decisões com maior liberdade interior.
Além disso, dois fatos nos dias de hoje temos que levar em conta. O primeiro é o fato de, em diversas casas de formação da Congregação, encontrarem-se formandos provindos de diversas e diferentes culturas. Alguns são inclusive de diferentes países. Isso requer dos formadores uma atenção toda especial às diferentes culturas. Essa diferença é, por um lado, uma riqueza e, por outro, um desafio. O segundo fato que constatamos é a presença, em diversas casas de formação, de candidatos com idade já mais avançada. Isso requer dos formadores um acompanhamento mais específico e individualizado, de acordo com a história e a personalidade do candidato.
Tudo isso desafia os formadores a continuarem permanentemente sua própria formação.
Os textos da Conferência Internacional em DeSales University estão disponíveis na página da internet no seguinte endereço:
www4.desales.edu/SCFC/NEWSITE/OSFS_Conf-0807.htm.
Escolasticado Internacional em Pretória
Um dos resultados práticos no esforço de crescermos na entre-ajuda no campo da formação é o fato de o Pe. Frank Danella estar se preparando para ir a Pretória, África do Sul. Pe. Danella tem uma longa experiência de trabalho na formação como Mestre dos Escolásticos em sua Província, Wilmington-Philadelphia. Ele também é professor de Teologia Pastoral. Ele, a partir do ano que vem, irá auxiliar no escolasticado em Pretória, onde atualmente há escolásticos de ambas as Regiões da África: África do Sul e Namíbia. No passado já teve escolásticos do Benin naquele escolasticado, e está previsto que novamente jovens Oblatos do Benin irão lá para os estudos de Filosofia e Teologia. Estamos imensamente gratos ao Pe. Danella, assim como à Província que o liberou para esse serviço fora de sua Província. Rezemos para que sua presença traga frutos para os jovens e para toda Congregação.
Situação da Causa do Pe. Brisson
Está marcada para o mês de outubro um encontro dos Cardeais e Bispos da Congregação para a Causa dos Santos. Está confirmado que a situação da Causa de nosso fundador estará na agenda. Se a heroicidade de virtudes do Pe. Brisson for reconhecida e aprovada pelo Papa, nosso fundador será então “Venerável”.
Renovo, neste momento especial, o pedido a cada um de vocês, queridos coirmãos, de rezarmos com insistência pela Beatificação do Reverendo Pe. Luis Brisson.
Missão na Índia
No mês de maio tive a satisfação de visitar os coirmãos na Índia, com os quais convivi por quase três semanas. Confesso que parti de lá com sentimentos de alegria e de ação de gaças. Existem, sim, desafios e dificuldades. Mas o espírito de responsabilidade e o envolvimento de todos os coirmãos no processo discernimento sobre nossa missão na Índia deram-me a certeza de que estamos no caminho certo. O diálogo pessoal com cada coirmão com quem tive a oportunidade de encontrar-me revelou que todos estão sendo envolvidos no processo e todos sentem-se desafiados a dar sua contribuição. A atual fase de discernir sobre tipos de ministérios aos quais nossos coirmãos aí irão dedicar-se no futuro requer uma participação responsável de cada coirmão. As alternativas de dedicar-se a ministérios paroquiais ou a escolas, ou a outros serviços, estão na agenda do discernimento. O assunto de como manter-se economicamente no futuro na Índia está sendo encarado de modo muito realístico, o que revela a seriedade com que os membros encaram a situação concreta de nossa missão na Índia. A mudança no programa de formação feito há alguns anos atrás mostrará seus resultados somente no futuro. A decisão de iniciar agora a construção da casa do noviciado em Eluru/Andhra Pradesh - uma região aonde ainda não estamos presentes na Índia - revela o espírito missionário que nos espalha e nos lança a novas regiões. Atualmente temos 12 coirmãos indianos com profissão perpétua, sendo 10 deles já presbíteros. Em breve haverá a ordenação presbiteral do 11º coirmão indiano, e teremos dois outros que farão a profissão perpétua. Vamos unir-nos a eles com nossas orações nestes momentos marcantes.
Com a saída do Pe. Sebastian Leitner da Índia o Pe. Mathew Mukkath foi nomeado como Delegado do Superior da Missão na Índia. Pe. Josef Költringer voltará para auxiliar na Índia nos próximos anos. Ele dedicou vários anos de sua vida à missão na Índia antes de ir para Filipinas.
A sua experiência e sabedoria, Pe. Josef, serão certamente uma importante ajuda na continuidade do processo de nossa missão na Índia. Eu agradeço a você, em nome de toda a Congregação, pela prontidão e pelo espírito de serviço que mais uma vez você revelou. Sei que seu amor pela Igreja e pela Congregação levam você a manter-se disponível a servir, com espírito missionariedade, onde for necessário, mesmo que isso implique em renúncias e sacrifícios pessoais. Deus o acompanhe, e que sua vida continue sendo uma bênção!
Nossa presença e missão nas Filipinas: último apelo
Em carta dirigida aos Superiores Maiores há algumas semanas atrás, eu apresentava a situação incerta sobre nossa continuidade nas Filipinas.
Eu gostaria de fazer uma breve retrospectiva sobre nossa presença nas Filipinas. Anos atrás, após vários anos de serviço na Índia, nosso coirmão Pe. Anthony Ceresko – que partiu para a Casa do Pai há dois anos atrás – foi morar na comunidade do Verbo Divino, nas Filipinas, sendo professor de Sagrada Escritura. Ele sonhava ver nossa presença um dia na China. Ele inseria-se no convite de João Paulo II de preparar-se para a missão na China. Além disso, ele sabia que o fato de estar nas Filipinas abre-nos as portas para levar nosso carisma e nossa espiritualidade para aquela parte do mundo – Ásia oriental. Vemos hoje um mover-se da Igreja do mundo ocidental para o mundo oriental. João Paulo II, em “Ecclesia in Asia” (novembro de 1999) escreve: “É um mistério porque o Salvador do mundo, nascido na Ásia, tem permanecido até agora em grande parte desconhecido pelo povo do continente” (número 2). O então Papa expressa seu sonho de que no terceiro milênio do cristianismo “uma grande colheita de fé será ceifada neste vasto e vital continente” (número 1). Como sabemos, diversos países da Ásia oriental estão fornecendo um grande número de vocações para muitas Congregações religiosas, bem como para toda a Igreja.
Há dois anos e meio Pe. Josef Költringer uniu-se ao Pe. Ceresko, indo também para as Filipinas. Ambos sonhavam em ver nossa presença confirmada naquela parte do mundo, e inclusive planejavam em começar a acolher candidatos. Mas a morte súbita do Pe. Ceresko interrompeu o sonho.
No início deste ano de 2007 nossos coirmãos na Índia decidiram enviar um coirmão para as Filipinas. Pe. Bruzily Abraham e Pe. Josef Költringer estavam até agora em Batangas, ao sul de Manila, morando numa casa que uma senhora ofereceu para nós usarmos temporariamente.
Pe. Josef manifestou o desejo de regressar à sua Província de origem – Áustria-Alemanha do Sul – dentro de dois a três anos. Com isso não temos estabilidade suficiente nas Filipinas que nos autorize realizar promoção vocacional e acolher candidatos. É questão de honestidade garantir ao menos certa estabilidade para os próximos anos antes de alimentar sonhos em jovens que tenham interesse em tornarem-se Oblatos naquela parte do mundo. Agora, com a ida do Pe. Josef para sevir na Índia nos próximos anos, a incerteza sobre nossa presença nas Filipinas apenas se confirmou.
Sei que há um ou outro coirmão que manifestou seu desejo de servir na Índia. Claro que estamos abertos para acolher os que sentirem-se chamados a irem lá, contanto que o devido discernimento tenha sido feito. Mas o que necessitamos é de ao menos um coirmão que seja capacitado para trabalhar na formação, e que represente ao menos certa garantia para servir nas Filipinas por um período maior. Somente para ilustrar: no Capítulo Geral de 1988 nós decidimos iniciar a missão na Índia e, somente agora, as principais funções de liderança estão passando para as mãos de coirmãos indianos. Se decidirmos iniciar a acolher candidatos nas Filipinas, certamente necessitamos de um tempo semelhante a esse para que a nossa missão naquela parte do mundo possa andar com as próprias pernas.
Portanto, aqui venho fazer um último apelo. Peço a todos vocês que, em suas orações e diálogos, considerem nossa situação nas Filipinas e naquela parte do planeta. Deus realmente nos envia para lá? É vontade divina que nós, como Oblatos, estejamos naquela parte do mundo? Temos condições de acolher o apelo de João Paulo II de levar a fé cristã ao coração do povo daquela parte do planeta?
Trata-se de um discernimento que precisamos realizar com serenidade e com firmeza. Mas que não podemos adiar indefinidamente.
Após considerarem o assunto e discernirem sobre o mesmo, peço uma reação até, ao máximo, no final de dezembro deste ano. Durante o nosso encontro em Troyes, em inícios de 2008, tomaremos uma decisão final.
Processos de reestruturação
Creio que já é do conhecimento de muitos de vocês que temos hoje, em andamento, dois processos de restruturação de unidades na Congregação.
Uma é o processo entre nossas duas Províncias de língua alemã: a Provícia da Alemanha e a da Áustria-Alemanha do Sul. Há uma pequena comissão com membros de ambas as Províncias que coordena esse processo. Já está tomada a decisão de que na metade do ano de 2009 ambas as Províncias unir-se-ão numa só. Já foram dados diversos passos neste sentido. Ambas as Províncias editam em conjunto a revista LICHT; possuem em conjunto um Procurador das Missões, o noviciado e o escolasticado; duas vezes ao ano reúem-se os Conselhos de ambas as Províncias; uma pequena comissão elaborou um programa de formação em conjunto, o qual já foi aprovado pelos Conselhos de ambas as Províncias e também pelo Conselho Geral. Já está programado o segundo encontro aberto a todos os membros de ambas as Províncias. A comissão que coordena o processo está, nesta fase, ocupada com questões jurídicas e legais da fusão das Províncias. Os coirmãos da comunidade da Suíça estão num processo para decidir se vão ou não unir-se à nova Província de língua alemã.
Outro processo de fusão é o que está ocorrendo entre as Regiões de Keimoes-Upington e Keetmanshoop. Existe também uma comissão, com membros de ambas as Regiões, que está coordenando o processo. Essa comissão realizou um encontro com os coirmãos de ambas as Regiões em novembro do ano passado, em Pella. Aí foi decidido que oficialmente a fusão das Regiões ocorrerá em 21 de novembro de 2009. No entanto, essa data ainda não é definitiva. Há a possibilidade de a data oficial da fusão ser antecipada, e ocorrer dentro do ano do centenário da morte do nosso fundador. Os membros de ambas a Regiões irão debruçar-se sobre isso durante o retiro anual, que ocorrerá agora no final de setembro. Em todo caso, praticamente todo o processo de formação já está unificado.
Rezemos para que seja de fato o Espírito Santo quem guie esses processos de reestruturação. E que, em ambos os casos, a união seja não apenas legal e jurídica mas, acima de tudo, que este processo ajude aos coirmãos envolvidos a unirem-se mais e a ajudarem-se mutuamente na vivência da vocação como Oblatos.
Fundo de Missão Chablais: distribuição de recursos financeiros
O último Capítulo Geral aprovou que, anualmente, 75% do disponível do Fundo Chablais para ser distribuído seja investido em ministérios internos nas Regiões e nos lugares de missões aprovados pela Congregação. Como ministérios internos entende-se: formação e promoção vocacional; cuidado com a saúde, aposentadoria e administração. Foi decidido também que os outros 25% dos fundos disponíveis para a distribuição seja investido em projetos de Oblatos, quer sejam projetos de oblatos em Regiões e missões aprovadas pela Congregação, ou projetos de Oblatos em situações de missão (como justiça social).
A Comissão de Distribuição de Fundos está distribuindo neste ano um total de 51.400 US$ para as Regiões e missões que necessitam de ajuda.
A Comissão está empenhando-se para que os valores disponíveis sejam distribuídos de acordo com as reais necessidades existentes na Congregação. Por isso o fornecimento dos dados, quando solicitados pela Comissão de Distribuição de Fundos, é de fundamental importância. Estamos no início de um novo processo, e é natural que nem tudo ocorra de modo perfeito quando se inicia algo novo. A colaboração de todos os envolvidos ajudará o processo de distribuição ser sempre mais de acordo com o senso de justiça.
Celebração jubilar em Pella
Em 1882 nosso fundador enviou os primeiros Oblatos às missões em Namaqualand, na África do Sul. Um dos enviados foi o então Pe. Jean-Marie Simon, mais tarde o primeiro Oblato bispo, e que faleceu cinquenta anos mais tarde, em 21 de novembro de 1932. Seu corpo está sepultado na catedral de Pella, onde os primeiros Oblatos iniciaram a árdua missão. A semente lançada com tanto sacrifício naquelas terras germinou, e hoje extende-se em duas dioceses: Keimoes-Upington e Keetmanshoop.
Para marcar estes fatos – 125 anos de nossa presença no continente africano e 75 anos de falecimento do bispo D. Simon – haverá em Pella celebrações festivas. Nos dias 6 e 7 de dezembro próximo os Oblatos e as Oblatas de ambas as Regiões estarão reunidos nesse local, que marca nosso início histórico em terras africanas. Também padres diocesanos interessados participarão desta celebação de ação de graças, juntamente com o povo da região. As celebrações culminarão com a Eucaristia festiva a ser celebrada no dia 8 de dezembro, com a presença também do Núncio Apostólico da África do Sul e da Namíbia, D. James Green. Eu decidi pessoalmente fazer-me presente em Pella naquela ocasião. É um acontecimento que nos convida a olhar não apenas para o passado, mas lança-nos para o futuro. Creio ser uma ocasião propícia para refletir e rezar sobre nossa missão como Oblatos no continente africano; sobre o que significa sermos missionários hoje em meio à realidade do povo tão sofrido desse amado continente; sobre como enfrentar os desafios que hoje se apresentam aos coirmãos de ambas as Regiões na África.
Que o mesmo espírito missionário presente no fundador e no bispo D. Simon nos encorage a seguirmos nossa missão naquelas terras. Que o Espírito Santo nos conceda as luzes e forças necessárias para vermos por onde caminhar.
Convido a todos vocês a unirem-se em espírito e pelas orações a essas celebrações festivas, e a rezarem pela nossa presença como Oblatos naquelas terras.
Provincial de Toledo-Detroit renomeado
Durante a Convocação em junho deste ano a Provícia de Toledo-Detroit concluiu seu processo de escolha do novo governo provincial. No final do processo, o Pe. David Whalen foi renomeado pelo Conselho Geral como Superior Provincial, iniciando assim seu segundo período. Foram eleitos como membros do Conselho Provincial os Padres Ronald Olszewski, Kenneth McKenna e Geoffrey Rose. Que as luzes e graças divinas nunca faltem a esses coirmãos à frente da Província.
Entre tantas coisas bonitas e animadoras que o Pe. Konrad Esser e eu pudemos testemunhar foi uma semana de “Liderança Salesiana”, onde estavam presentes dezenas de jovens líderes de escolas e universidades. Eles foram treinados para serem divulgadores da nossa espiritualidade salesiana nas escolas e universidades onde estudam. Além disso, normalmente é dentre desses jovens que surgem os candidatos vocacionados à vida de Oblatos. É um programa realizado em conjunto por ambas as nossas Províncias nos Estados Unidos e também com as Irmãs Visitandinas. Tenho certeza que os jovens que lá participaram sairam contagiados e vibrantes. Que Deus os mantenha firmes em sua missão nos meios estudantis.
Processo de escolha do novo governo da Província de Wilmington-Philadelphia
A Província de Wilmington-Philadelphia está neste ano em processo de discernimento para a escolha do novo governo provincial.
Uma primeira etapa do discernimento já ocorreu durante a Convocação no mês de junho, quando ao redor de 150 membros da Província estavam reunidos. O processo continua neste segundo semestre. Em fins de outubro e durante o mês de novembro eu estarei realizando a visita canônica naquela Província, acompanhado do Assistente, Pe. Konrad Esser. A escolha do novo Provincial e dos membros do Conselho Provincial será durante o Capítulo da Província, que será realizado no próximo mês de janeiro. Peço que vocês incluam em suas orações esse importante momento por que passa essa Província, que é a maior da Congregação.
Fevereiro de 2008 em Troyes
Celebrar o centenário do falecimento do fundador não é uma ocasião qualquer. É um momento que se reveste de especial importância e significado.
Diversas coisas já estão programadas. No dia 2 de fevereiro de 2008 – dia do centenário do falecimento de nosso fundador – está prevista uma celebração em Plancy, com um encontro entre as Oblatas e os Oblatos, com a presença do bispo diocesano, D. Stenger, e de religiosas e religiosos da diocese de Troyes. Já é normal que as Religiosas e os Religiosos da diocese reúnem-se no dia 2 de fevereiro para celebrar. No domingo, 3 de fevereiro, haverá a celebração na catedral de Troyes. Também está prevista uma missa de ação de graças no mosteiro da Visitação, em Troyes.
O Conselho Geral decidiu antecipar o encontro dos Superiores Maiores de 2008 para realizar-se nessa mesma época, aproveitando a ocasião dessas celebrações. Assim está definido que os Superiores Provinciais e Regionais terão o encontro nos dias 4, 5 e 6 de fevereiro em Troyes. Durante o encontro será enfocado Pe. Brisson e o Diretório Espiritual. Teremos também a presença dos membros da Comissão Internacional dos Estudos Salesianos.
Evidentemente todos os Oblatos que puderem fazer parte das celebrações em comemoração ao nosso Fundador estão convidados. Peço que os interessados comuniquem-se com o Pe. Michel Tournade, que reside em Troyes. Seu e-mail é: mitournade@yahoo.fr .
Peregrinação salesiana para jovens
O Capítulo Geral no ano passado debateu a questão sobre a educação salesiana. Foi confiada ao Superior Geral e seu Conselho a tarefa de nomear uma comissão para apresentar reflexões e propostas concretas, desenvolvendo o conceito de educação salesiana. Um primeiro passo nessa direção está sendo dado.
Nosso coirmãos Pe. Bill McCandless, diretor da Escola Salesianum, em Wilmington, e Pe. Bruno Lecoin, diretor da Escola e Liceo São Michel, em Annecy, estão coordenando uma peregrinação salesiana para jovens. Essa peregrinação terá a presença de estudantes de diferentes escolas nossas, e de escolas onde coirmãos atuam, tendo a educação salesiana como apostolado. Também Oblatos que trabalham no ministério de educação salesiana participarão do evento. Outros coirmãos que tiverem interesse em participar da peregrinação estão convidados. Peço, por favor, fazer contato com o Pe. Bill McCandless, cujo endereço eletrônico é wmccandl@salesianum.org .
Essa peregrinação acontecerá em Annecy, de 15 a 20 de junho de 2008. A Escola Saint Michel e a Província Francesa se encarregarão de hospedar os peregrinos. A programação está sendo elaborada, e diferentes tarefas serão distribuídas entre as escolas que participarão da peregrinação. Cada dia haverá um exercício espiritual, uma atividade educacional e uma atividade social.
É uma tarefa desafiadora realizar o ministério de divulgar nosso espírito salesiano em meio os jovens estudantis, nas escolas onde atuamos. Ao mesmo tempo, as escolas constituem-se em espaço privilegiado para isso. Há a necessidade de partilhar o que estamos realizando neste sentido, e de buscar juntos novas luzes e novos caminhos para realizar esse ministério de modo eficaz. Rezemos para que essa peregrinação de jovens de nossas escolas, aos lugares geográficos de nossas origens, os entusiasme a serem discípulos e apóstolos da espiritualidade salesiana.
Em busca de um sistema de contabilidade comum
Em nossas Constituições (artigo número 291) prevê-se que, anualmente, cada ecônomo Provincial envie ao Ecônomo Geral um relatório financeiro. Juntamente com o Pe. Robert Mancini, Ecônomo Geral, o Conselho Geral constatou que não temos um sistema de contabilidade comum na Congregação. Pe. Mancini falou sobre isso durante o último encontro dos Superiores Maiores. Hoje é difícil, por exemplo, termos uma compreensão comum sobre algum item de entrada ou de despesa, pois não temos um sistema comum que ajude a termos uma compreensão comum. É claro que cada Província e Região tem um sistema de contabilidade de acordo com as exigências legais nos respectivos países. Pe. Mancini deseja contatar os ecônomos das Províncias e Regiões, envolvendo a todos no processo rumo a um sistema de contabilidade comum em toda a Congregação. Sei que ele poderá contar com a compreensão e colaboração dos ecônomos das Províncias e Regiões. Sou grato ao Pe. Mancini e a todos os que colaborarão neste processo.
Agenda
Durante os meses de outubro e novembro, acompanhado do Assistente Geral, Pe. Konrad Esser, estarei nos Estados Unidos. Nas primeiras semanas continuaremos a visita canônica na Província de Toledo/Detroit. Depois, em fins de outubro e em novembro, realizaremos a visita canônica na Província de Wilmington/Philadelphia que está, como já disse, em um momento muito especial de escolha de lideranças da Província.
Em dezembro estarei por duas semanas visitando os coirmãos na África do Sul e Namíbia. Participarei das celebrações jubilares de nossa presença na África e da morte de D. Simon.
No próximo ano, ao longo do primeiro semestre, realizarei a visita canônica na Província da Alemanha e também da Holanda. Ambas as Províncias escolherão os novos governos para os próximos anos.
Sei que posso contar com suas preciosas orações em todas essas visitas, pelo que sou muito grato.
Pe. Aldino José Kiesel,osfs
Superior Geral
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