Carta do Padre Geral – 2 - Março-Abril 2007

Centenário de falecimento do Pe. Brisson

O ano de 2008 marcará para nós, Oblatas e Oblatos de São Francisco de Sales, o centenário de falecimento de nosso fundador. Esse acontecimento, por si só, nos convida a aprofundar a vida de Pe. Brisson. Há tantas maneiras de dirigir nossa atenção ao fundador. Podemos buscar compreender as manifestações da vontade de Deus em sua vida, como ele as acolheu e como ele procurou dar rumo à sua vida de acordo com as mesmas. Podemos também focalizar a vida e as obras do fundador buscando compreender melhor nosso carisma como Oblatos, e nossa missão na Igreja e no mundo de hoje. Em todo caso, a ocasião é mais que oportuna para voltar-nos àquele que foi o grande instrumento que Deus quis utilizar para iniciar historicamente nossa existência como Congregação religiosa. Eu gostaria de convidar a todas as Províncias/Regiões a incluirem, em sua programação para o ano que vem, o aprofundamento da vida do Pe. Brisson. O enfoque, obviamente, poderá ser dado de acordo com a necessidade que vocês percebem em sua Província/Região. Em todo caso, trata-se de um momento especial. Não deixemos passar essa oportunidade para renovar-nos em nossa vocação e em nossa missão como seus filhos.

“Meus olhos viram”

Eu não sou especialista em Pe. Brisson. E nem tive muito tempo para preparar alguma reflexão para partilhar com vocês. Em maio do ano passado o Pe. Sebastian Leitner convidou-me para orientar o retiro para os coirmãos na missão na Ásia durante o mês de maio deste ano. E ele pediu que o assunto fosse sobre Pe. Brisson. Mesmo com a mudança total de minha função deste agosto do ano passado, mantive o propósito de preparar e orientar o retiro.
Ultimamente tenho relido a obra do Pe. Prosper Dufour (4º Superior Geral, de 1937 a 1949) sobre a vida e as obras do nosso fundador. É nessa obra que apoio as reflexões seguintes.
Ao celebrar seu jubileu de diamante como sacerdote, em 1900, Pe. Brisson distribuiu uma estampa como lembrança do evento. No verso encontrava-se uma pequena oração: “Agradeço-vos, meu Deus, por me terdes chamado a vos conhecer, amar e servir”, e, mais adiante, o texto do velho Simeão: “Agora, Senhor, conforme a vossa promessa, podeis deixar o vosso servo partir em paz. Porque meus olhos viram a vossa salvação, que preparastes diante de todos os povos”. A palavra “viram” estava em negrito. “Faço questão – dizia Pe. Brisson – de afirmar assim a aparição com que me gratificou Nosso Senhor. É o acontecimento dominante de minha vida... foi essa aparição que me ditou o que devia fazer”.
Para todos nós, Oblatos, a história da aparição de Nosso Senhor ao nosso fundador é muito conhecida. Ela tem sido escrita e reescrita em diversas reflexões. Sabemos que essa experiência do dia 24 de fevereiro de 1845 foi a que o levou a dobrar-se diante da vontade de Deus, expressa já anteriormente em diversos momentos e de diversas formas. O fato de o próprio Pe. Brisson, cinquenta e cinco anos mais tarde, reconhecer que aquele foi “o acontecimento dominante de minha vida” não deixa dúvidas sobre o caráter decisório daquela experiência.
Anos atrás, ao participar de um encontro sobre direção espiritual na Conferência de Religiosos no sul do Brasil, um Irmão religioso partilhou conosco sua vida de oração. Ele disse que, cada noite, após rezar “Porque meus olhos viram a vossa salvação”, ele pára para fazer seu exame de consciência sobre o dia que passou. Ele se pergunta onde e quando ele “viu” a salvação de Deus durante o dia que finda.
Aos 28 anos de idade, no mosteiro da Visitação o jovem Padre Brisson não somente viu com os olhos o Salvador. Naquela experiência seu coração e sua mente viram Deus revelando Sua santa vontade. Mais do que isso. A história de sua vida nos revela que internamente ele se educou numa dinâmica que o levou a estar continuamente atento à presença do Salvador em sua vida e nos acontecimentos ao seu arredor. Sua vida interior de união com Deus levou-o a ler e a ver constantemente a presença de Deus. Um exemplo disso salta aos olhos quando ele reflete sobre uma de suas interessantes obras, resultante de seu interesse pela física, que é o relógio que construiu. Referindo-se ao mesmo, disse às Oblatas: “Gosto de trabalhar com o relógio; isso me descansa porque aí encontro Deus. Ocupando-me disso digo ao Salvador que todos os minutos de minha vida são d’Ele, que lhe faço tantos atos de amor quantos os movimentos do pêndulo.” E acrescenta: “Peço a Deus que o relógio lhes dê o sentimento da presença de Deus, o dom da oração; a fidelidade, a exatidão aos desígnios de Deus”.
Vemos nisso que nosso fundador revela-se como um autêntico filho de São Francisco de Sales. Sabemos que a vida de união ininterrupta com Deus é central em nossa espiritualidade. Sempre é bom voltar a isso, e avaliar-nos, de modo bem real e concreto, como está nossa prática desse ponto essencial de nossa  vida como Oblatos.
A leitura das reflexões que acompanharam nosso fundador na construção do famoso relógio lança-nos a refletir sobre as maravilhosas obras que hoje saem das mãos humanas. Penso, por exemplo, na maravilha que é o computador e a internet. Na prática, durante quantas horas por dia ou por semana muitos de nós usamos esses maravilhosos prudutos da tecnologia? Será que somos capazes de maravilhar-nos diante dessas obras? Será que, como Pe. Brisson, somos capazes de dizer: “Quanto mais um trabalho é perfeito, mais se aproxima do que Deus fez”? Será que o contato com essas maravilhas da tecnologia nos remetem a Deus, como a Pe. Brisson: “Ouvindo o relógio, devemos pensar em Deus que é tão grande, tão poderoso, tão imenso”?
Essa dinâmica de vida interior de união com Deus levou nosso fundador a ser uma personalidade marcante, que atraía os corações pela cordialidade espontânea de seu acolhimento. Quem com ele se econtrava tinha a impressão de estar diante de um homem de Deus, que permanentemente alimentava o seu agir nas profundezas de sua vida interior. O seu exterior era amável, e escondia uma vontade enérgica, realmente necessária para alguém que tinha sobre os ombros grandes responsabilidades, e que se via diante do desafio de assumir iniciativas que requeriam audácia e determinação.
Que a celebração do centenário de sua morte nos leve a identificar-nos mais com o seu modo de viver a consagração a Deus, no serviço, em especial, dos mais pobres.

Nova Postuladora e situação da Causa do Pe. Brisson

Na minha carta anterior eu mencionei a necessidade de ser nomeado alguém como postulador da Causa do nosso fundador Pe. Brisson, devido à idade avançada e a enfermidade do Pe. Emílio Testa. Como vocês sabem, o Pe. Testa partiu para a Casa do Pai no dia 8 de novembro do ano passado. Em nome de toda a nossa Congregação expresso aqui o mais sincero agradecimento à Província Italiana por ter cedido esse coirmão que, por tantos anos, levou adiante a causa do nosso fundador junto à Congregação da Causa dos Santos. O Pe. Testa foi também o Postulador da agora Santa Leonie Aviat. A canonização dela em 2001 foi o coroamento de anos de dedicação do Pe. Testa. Que nosso bom Deus lhe conceda o gozo da vida eterna.
Quem introduziu a causa do Fundador junto à Congregação da Causa dos Santos foram as Irmãs Oblatas de São Francisco de Sales. Portanto, coube agora também à Superiora Geral, Madre Françoise Bernadette Beuzelin, apresentar quem iria substituir ao Pe. Emílio Testa na função de postulador. Ela apresentou a Irmã Madeleine-Thérèse, Oblata de São Francisco de Sales, como nova postuladora. Ir. Madeleine-Thérèse foi aceita oficialmente nessa função há alguns dias atrás pela Congregação da Causa dos Santos. Tenhamos presente a ela e a seus serviços em nossas orações.
O nosso coirmão Pe. Thomas Dailey acompanhará de perto o trabalho da postuladora, a auxiliará sempre que for necessário, e nos deixará a par do processo do nosso fundador.
Sobre a atual situação da causa do Pe. Brisson – Muitos de vocês hão de lembrar que em 2005 houve uma reunião de teólogos da Congregação para a Causa dos Santos, na qual sete votaram em favor e dois “suspenderam” seu voto diante da causa. As dúvidas e perguntas que surgiram por parte dos teólogos foram respondidas pelo Pe. Testa e Pe. Beaudoin (relator). Há uma expectativa de que em breve haverá um encontro dos membros (Cardeais e Bispos) da Congregação e que, neste encontro, uma posição diante da causa de nosso Fundador seja tomada. Se a posição for positiva, o próximo passo seria o Prefeito da Congregação apresentar a causa ao Santo Padre, o qual, então, poderia expedir o Decreto de Heroicidade de Virtudes. Pe. Brisson, então, passaria a ser considerado “Venerável”. O passo seguinte seria providenciar a documentação necessária para a comprovação de um milagre atribuído à intercessão do Pe. Luis Brisson.
Diante dessa atual situação da causa do nosso Fundador, e considerando a aproximação do centenário de sua morte, renovo o convite a rezarmos insistentemente a

ORAÇÃO PELA BEATIFICAÇÃO DE PADRE LUÍS BRISSON, OSFS

Senhor,visitai e protegei a família das Oblatas e dos Oblatos de São Francisco de Sales,
essa vinha que vossa mão poderosa plantou
pela obra de vosso Servidor, Luís Brisson.
Fazei-a crescer na caridade, para a glória de vosso nome
e concedei-lhe, para a alegria da Igreja,
ver reconhecidos o zelo incansável do seu Fundador ao Evangelho
E sua coragem heróica na provação. Amém.

Encontro dos Superiores Maiores e Formadores

Nesta altura certamente todos os Superiores Maiores já receberam a carta do Pe. Sebastian Leitner sobre o Encontro dos Superiores Maiores com Formadores. Eu pedi a ele para fazer os contatos com o Pe. Thomas Dailey, de DeSales University, nos Estados Unidos, para determinar os detalhes do Encontro. Na carta Pe. Sebastian apresenta diversas informações sobre o Encontro, e também o que está sendo pedido em preparação ao mesmo. Estamos pedindo três relatórios a serem escritos e enviados até, ao máximo, dia 1º de maio de 2007 ao Pe. Sebastian. Um relatório é solicitado aos Superiores Provinciais/Regionais; outro aos formadores e, o terceiro, aos formandos.
Ao convidar os formadores para participarem nesse Encontro, queremos responder a uma das diretrizes decididas pelo último Capítulo Geral. Foi solicitado que o Conselho Geral programe um encontro entre os envolvidos no ministério de formação de Oblatos. “Nessa reunião compartilharão os elementos do seu programa de formação e compilarão e formularão diretrizes comuns para a formação na Espiritualidade Oblata e decidirão sobre reuniões futuras”. Com esse encontro no final de julho e inícios de agosto queremos dar o primeiro passo no sentido de executar a solicitação do Capítulo Geral.
O Conselho Geral me apoiou em convidar o Pe. Lewis Fiorelli, meu predecessor, para coordenar esse processo que estamos iniciando com os formadores na Congregação. O processo tem em vista a formulação de diretrizes comuns para a formação em nossa espiritualidade. O espírito de liderança e a capacitação no campo da espiritualidade salesiana do Pe. Lewis Fiorelli são bem conhecidos em toda a Congregação. Portanto, sei que esse trabalho está em boas mãos! De coração, agradeço ao Pe. Fiorelli por aceitar o desafio de servir a nossa Congregação num campo que é, para nós, de máxima prioridade, que é a formação dos futuros Oblatos.
O Encontro constará de duas partes. De 25 a 28 de julho teremos o Encontro com os Superiores Maiores e Formadores, e de 29 de julho até 2 de agosto acontecerá a Conferência sobre Vida Religiosa como Oblatos, focalizando a Educação e a Formação. Convidamos cada Superior Maior a trazer consigo até dois formadores.

Generalato

Durante os últimos doze anos o Pe. Francis J. Blood, da Província de Wilmington-Philadélfia, esteve residindo na Casa do Generalato, em Roma. Com um espírito de responsabilidade ele cuidou da Casa durante todos esses anos, em especial no que se refere aos hóspedes – Oblatos, familiares e outros – que aí são acolhidos.
Com a chegada do Diácono Marcos Siefermann para residir na Casa Geral, Pe. Blood voltou nos últimos dias para sua Província.
É mais que justo que, em nome de todos nós, eu expresse a gratidão ao Pe. Blood por todos esses anos de serviço à Congregação. Deus sabe de todo serviço que ele prestou para tantas pessoas, de tantas formas, ao longo desses anos. Que nosso bom Deus o acompanhe e abençoe!
Ao Diácono Marcos agradeço pela prontidão e disponibilidade em aceitar o serviço na Casa Geral. À Província Sul-Americana a gratidão por mais este gesto de compreensão e de bondade ao liberar mais um coirmão para servir a Congregação fora da Província.

Fundo de Missão Chablais: nova etapa

O último Capítulo Geral aprovou uma nova estrutura para o funcionamento do Fundo de Missão Chablais. Foram criadas duas comissões: 1) a Comissão para angariar recursos financeiros e administrar o Fundo, e 2) a encarregada para a distribuição de recursos do Fundo. Os membros das comissões são os seguintes coirmãos: da primeira Comissão: Pe. Joseph Morrissey (presidente), Pe. Josef Költringer, Pe. Konrad Esser e Pe. Robert Mancini. Os membros da segunda Comissão são: Pe. Josef Költringer (presidente), Pe. Josef Lienhard, Pe. Joseph Ovis, e Pe. James Cryan.
Ambas as comissões estão definindo diretrizes e critérios que servirão de orientação e de parâmetro para o êxito do trabalho.
Recentemente foi aprovada uma entidade própria (pessoa jurídica) para dar o suporte legal ao funcionamento do Fundo de Missão Chablais. O Conselho Geral aprovou o estabelecimento dessa pessoa jurídica, com diversos artigos que visam garantir a estabilidade e a credibilidade do Fundo. Legalmente é uma entidade com fins caritativos e educacionais, e não lucrativos.
Eu sei que os coirmãos acima mencionados, como membros de ambas as comissões, estão empenhando-se para colocar o melhor de suas habilidades a serviço de toda a Congregação. Além deles, também o Pe. James O’Neill está servindo nesse Fundo, fazendo o trabalho do dia-a-dia para o bom e constante funcionamento do Fundo de Missão Chablais. Todos eles merecem nossos melhores e mais sinceros agradecimentos. O motivo maior de todo esse empenho é ajudar de modo concreto, de acordo com nossas possibilidades, as Regiões e lugares de missão na Congregação que necessitam de um suporte financeiro, seja para os próprios coirmãos, para a formação ou para projetos que favoreçam os mais pobres. Que Deus abençoe todo o empenho de vocês!
Eu sei que diversas Províncias/Regiões, como também comunidades de Oblatos, e Oblatos individualmente estão fazendo sua contribuição para o Fundo Chablais, dentro de suas possibilidades. Eu agradeço por todo gesto de generosidade. É importante continuarmos neste esforço comum, pois estamos ajudando coirmãos que de fato necessitam de nossa solidaridade, seja internamente ou seja em projetos que beneficiam os mais pobres.

Centenário, Nova Província, novo Governo

No início de fevereiro de 2007, na agora Província Sul-Americana, ocorreram celebrações e acontecimentos marcantes. No dia 3 de fevereiro houve em Palmeira das Missões a celebração da mudaça de status de “Região” em “Província”. Esse evento foi testemunhado pela participação de diversos respresentantes de toda a Congregação no mundo. Era mais do que justo que as Províncias que, durante os cem anos de nossa presença no sul do Brasil enviaram coirmãos missionários para lá, fossem lembradas e que participassem desse evento. Para marcar o centenário de nossa presença realizamos uma viagem de ônibus durante seis dias para os lugares onde nós estávamos ou ainda estamos presentes naquela região. Aqueles dias foram marcados por um clima de oração e de ação de graças. Não faltou o carinho e a hospitalidade do povo nos lugares por onde passamos. Participamos de celebrações marcadas pela criatividade, pela alegria e entusiasmo, com a presença de muitos símbolos. Todos nós nos sentimos renovados no final daquela semana, a qual foi encerrada com a celebração de ordenação diaconal de dois coirmãos da nova Província.
Outro momento marcante foi a eleição do governo da nova Província. Pe. Miguel Moore foi eleito como o Superior Provincial, e terá a missão de coordenar e orientar os membros da nova Província nos próximos anos. Eu gostaria de lembrar ao Pe. Miguel e a todos os que exercem funções de liderança na Congregação, o que dizem nossas Constituições no artigo 232: “Entre os meios fundamentais para um bom governo, encontramos o amor e o respeito entre os coirmãos, um profundo espírito de fé e humildade, o senso de responsabilidade pessoal, a visão de conjunto e a bertura às necessidades atuais, o espírito de decisão, um bom juízo, muita paciência e a facilidade para relacionar-se com os outros”. Que Deus seja sua Luz e sua Força, Pe. Miguel! Que o espírito salesiano e as graças divinas guiem a cada membro do Conselho Provincial, escolhidos para servirem aos coirmãos da nova Província.
Outro momento marcante na nova Província foi a celebração da Primeira Profissão de dez noviços no dia 23 de fevereiro: seis haitianos, dois equatorianos, um colombiano e um brasileiro. Naquela oportunidade eu recordava que estávamos nas vésperas do aniversário da aparição de Nosso Senhor a Pe. Brisson, no dia 24 de fevereiro de 1845. Nós sabemos o que significou aquele acontecimento na vida de nosso Fundador. Foi a prova que ele necessitava para convencer-se da vontade de Deus, manifestada reiteradamente pela boca da Boa Madre. Aquele acontecimento dissipou as dúvidas, e significou uma expressão clara da vontade divina em relação à sua vida e à fundação da nova Congregação. Eu dizia, durante a celebração daquele dia 23 de fevereiro, que via, na decisão dos dez jovens de entrar na nossa Congregação, um sinal da confirmação divina da nossa presença e missão como Oblatos no mundo de hoje. Deus nos quer, sim, vivos e atuantes! A vivência de nosso carisma continua, sim, tendo seu lugar único na Igreja e no mundo de hoje.

Província Francesa

No mês de novembro o Pe. Sebastian Leitner acompanhou-me na visita canônica à Província Francesa. Iniciamos visitando a comunidade missionária em Parakou, no Benin. Foi gratificante testemunhar o marcante compromisso dos nossos coirmãos com os pobres, e o quanto são queridos pelo povo, no meio do qual exercem sua missão. Na carta que escrevi aos coirmãos da Província, no final da visita, destaquei o fato de a missão no Benin estar num tempo de transição. O fato de haver agora quatro jovens Oblatos sacerdotes nativos do Benin representa o início de uma nova etapa de nossa presença naquelas terras verdadeiramente de missão. São os primeiros frutos das sementes semeadas com tanta bravura pelos coirmãos da França que abriram caminhos no Benin. Novos horizontes se abrem. Eu sugeri que, em relação à nossa presença e missão no Benin, seja elaborado um documento que servirá como guia para orientar nossos passos no futuro naquela região.
Na França foi enriquecedor ver o empenho dos coirmãos nos serviços diários, seja diretamente na educação ou em outras formas de apostolado. O fato de haver diversos coirmãos avançados na idade desafia todos para gestos de solidariedade, de ajuda fraterna. A falta de novas vocações é certamente uma das maiores dificuldades. Eu sugeri que a Província tenha um programa de formação salesiana permanente para os Oblatos. Cultivar diariamente o dom vocacional recebido gratuitamente é um de nossos deveres diante de Deus. E é bom que os coirmãos numa Província ou Região ajudem-se mutuamente nesse cultivo.
Na festa de São Francisco de Sales o Pe. Michel Tournade assumiu o terceiro mandato como Superior Provincial. Desejo a você, Pe. Tournade, que, na terra de nossas origens, o espírito salesiano seja sempre a marca de sua vida e de seu agir, no serviço aos coirmãos da Província. Deus abençoe a você, aos membros do Conselho Provincial,  e a cada coirmão da Província!

Comunidade dos Oblatos na Suíça

Há algumas semanas atrás recebi uma notícia que alegrou meu coração. O Pe. Franz Aregger comunicou que os coirmãos da comunidade dos Oblatos na Suíça estão de acordo em iniciar um diálogo com o Provincial e o Conselho da Província da Áustria/Alemanha do Sul, visando a incorporação nesta Província. É claro que há um longo caminho pela frente, mas a atitude de abertura para iniciar um diálogo é altamente louvável. Está sendo iniciado um diálogo no sentido de clarear as consequências para ambas as partes em caso de ser aprovada a incorporação. Expresso aqui minha gratidão aos coirmãos da Suíça. Convido a todos para rezar, pedindo que as luzes divinas guiem esse processo que está sendo iniciado.
Aproveito para lembrar que nossa casa em Düdingen proporciona a possibilidade ímpar de estudar em Friburgo, a poucos minutos de distância. Aí encontra-se um grande centro universitário, que possibilita estudar em cursos superiores em até três diferentes línguas: alemão, francês e inglês. Portanto, às Províncias/Regiões que, em seu planejamento, incluem a possibilidade de enviar coirmãos para alguma especialização em alguma campo, para servir à Congregação e à Igreja, lembro que nós temos essa possibilidade tão única e privilegiada à nossa disposição.

Paróquia Saint Charles - Mônaco

Como vocês sabem, nossa missão na Paróquia Saint Charles em Mônaco está sob o Generalato, mas a presença de coirmãos depende da generosidade da Províncias e Regiões. Nos últimos anos tivemos a presença dinâmica de dois coirmãos bastante jovens: Pe. Valdir Formentini e Pe. Carlo Adams.
O novo governo na Província Sul-Americana pediu que o Pe. Valdir voltasse à Província, e liberou o Pe. Guilherme M. van Rooden para servir naquela Paróquia. Pe. Guilherme deixou sua terra natal, Holanda, há mais de quarenta anos, servindo no Brasil, tanto na formação quanto na pastoral paroquial. Agora enfrenta o desafio de servir numa nova missão. De todo coração agradeço à generosidade da Província Sul-Americana por continuar servindo nessa Paróquia. Que as luzes e forças divinas nunca faltem ao Pe. Guilherme em sua missão em Mônaco.

Nossa missão na Ásia

Todos nós estamos conscientes do que significa para toda a Congregação a nossa presença e missão na Ásia. Ela, além de representar uma grande esperança vocacional para nós hoje, marca também nossa presença como Oblatos na evangelização desse continente. É altamente gratificante o fato de haver já dez Oblatos indianos ordenados presbíteros. E isso nos incentiva a enfrentar com coragem e firmeza os desafios que se apresentam, e a confiar sempre de novo Nele, fonte de toda luz e força.
Um acontecimento recente foi a ordenação diaconal de Chandra Sekhar Pinapati em Samarpanaram, no dia 31 de março.
O Conselho Geral aprovou recentemente o pedido para a aquisição de um pedaço de terra em Eluru/Andhra Pradesh, com o objetivo de construir a casa do noviciado. Essa aquisição é possível graças a uma generosa ajuda dos coirmãos da Suíça, pela qual somos imensamente gratos. Para a construção da casa do noviciado dispõe-se de aproximadamente dois anos, já que o próximo grupo de noviços está previsto para começar o noviciado em 2009. Isso devido a uma mudança no programa de formação. A localização do noviciado vai possibilitar a expansão de nossa presença numa nova região da Índia.
No próximo mês de maio visitarei nossa missão nas Filipinas e na Índia. Na oportunidade também pregarei o retiro para os coirmãos na missão na Ásia.

Agenda

Como já comuniquei, neste mês de maio estarei visitando nossa missão na Ásia. Iniciarei visitando as Filipinas. Depois irei para a Índia, para encontrar-me com os coirmãos e formandos de lá.
Em junho, juntamente com o Assistente Geral Pe. Konrad Esser, participaremos da Assembléia dos Oblatos nas duas Províncias nos Estados Unidos, e iniciaremos a visita canônica na Província de Toledo-Detroit. Depois, como já anunciado, teremos o Encontro dos Superiores Maiores e a Conferência, com os formadores. Mais tarde, em outubro e novembro, voltaremos aos Estados Unidos para concluir a visita canônica na Província de Toledo-Detroit, e para realizar a visita canônica na Província de Wilmington-Filadélfia.
Eu agradeço a todos por nos acompanharem nessas visitas com suas preciosas orações.

Participemos da ressurreição de Nosso Senhor!

Estou terminando de escrever esta Carta no início da Semana Santa, próximo dos dias da celebração dos acontecimentos centrais de nossa fé: a Instituição da Eucaristia, a paixão e morte de Jesus Cristo, e sua triunfante vitória sobre a morte e todas as forças do mal.
Na mensagem de Páscoa aos Oblatos, em 26 de março de 1890, Pe. Brisson pede que não apenas celebremos a Ressurreição de Cristo, mas que cada um “participe” na Ressurreição de Nosso Senhor. Isso significa que, dentro de nós, deve acontecer a passagem da morte para a vida. A vida nova é a consequência de uma participação frutuosa na celebração da Páscoa. Ele acrescenta: “Que cada um abandone o túmulo, a vida material, os estorvos”, e tudo o que “impede de dirigir-se livremente a Deus”.
Desejo a cada um de vocês que estes dias tão especiais para nós, chamados a sermos a imagem do Salvador andando sobre a face da terra, renovem a alegria de nossa eleição como Oblatos, e que sejamos fortalecidos para sermos testemunhas vivas do Ressuscitado. Feliz e abençoada Páscoa!

Pe. Aldino José Kiesel,osfs
Superior Geral