JESUS + VIVA
CARTA CIRCULAR
XXIV DO PADRE GERAL
ABIL-MAIO de
2005
A MORTE DO PAPA JOÃO PAULO II
Quando comecei esta 24ª edição da Carta Generalícia
de Notícias, havia comentários sobre o agravamento da situação de saúde do Papa
João Paulo II. Poucos dias depois, o Papa faleceu. Enquanto estou para terminar
esta carta, o seu enterro não aconteceu ainda. Mas, quando a lerem, haverá um
novo Papa. E assim o ciclo continua, um ciclo que começou com São Pedro e só
terminará com o retorno final de Jesus na glória.
Nestes dias terão ouvido, visto e lido muito sobre
o Papa João Paulo II, sobre o homem e seu legado. Eu gostaria de prestar
homenagem à sua memória nesta carta, ao refletir sobre o tema que ele deu à
Igreja neste ano, o tema da Santa Eucaristia. E, como, provavelmente, vão ler
esta carta no mês de maio, o mês de Maria, eu gostaria partilhar com vocês as
próprias reflexões dele sobre a Eucaristia e Maria.[1]
MARIA E O ANO DA EUCARISTIA
O Papa João Paulo era um grande pensador. Ele tinha
uma mente fecunda e sutil. Mas também era um homem de oração profunda. E era a
oração dele que o sustentava e alimentava através dos anos de sua longa e
movimentada vida. O seu exemplo, suas palavras e seus muitos escritos revelam
que havia dois pilares principais que sustentavam a vida espiritual deste santo
homem e o escoravam nos seus muitos sofrimentos. Essas duas colunas eram: sua
devoção sacerdotal à Santa Eucaristia e sua dedicação filial a Maria, a Mãe de
Deus. Exatamente há dois anos, em abril de 2003, o Papa João Paulo II publicou
uma encíclica sobre a Eucaristia, intitulada: Ecclesia de Eucharistia, A Igreja
vive da Eucaristia. No fim dessa encíclica, ele dedica um capítulo inteiro ao
tema de Maria e a Eucaristia, que tem por título: Na Escola de Maria, Mulher “Eucarística”.
Eu gostaria refletir com vocês sobre o que ele escreve nesse capítulo. A rica
imaginação dele preenche onde as palavras da Escritura, muitas vezes, mantêm
silêncio exatamente sobre o que Maria pensava ou sentia, particularmente a
respeito de sua experiência referente à “fração do pão” durante o período entre
a Ascensão do Senhor e sua própria santa morte. As reflexões do Santo Padre nos
levam a águas inexploradas e nos proporcionam freqüentemente visões novas e, até
lá, despercebidas de Mara e da Eucaristia.
Para o Santo Padre, Maria é primeiramente a Mãe da
Igreja. Por isso, “se quisermos redescobrir, em toda a sua riqueza, a relação
íntima entre a Igreja e a Eucaristia, não podemos esquecer-nos de Maria.”
Ele prontamente admite que os Evangelhos são muito
silenciosos a respeito. De fato, os relatos da instituição da Eucaristia na
Última Ceia não mencionam Maria. No entanto, Maria deve ter estado presente nas
celebrações eucarísticas da primeira geração de cristãos que, como nos contam
os Atos dos Apóstolos, eram devotados à “fração do pão” (At 2,42). Por isso,
ela deve ter participado, muitas vezes, no banquete eucarístico, junto com os
primeiros cristãos.
O que será que ela pensava quando ouvia Pedro ou
João ou Tiago ou qualquer dos outros apóstolos pronunciarem as palavras que
Jesus tinha dito na Última Ceia: “Este é meu Corpo que será entregue por vós;
este é meu Sangue que será derramado por vós”? Sendo sua Mãe, ela tinha
proporcionado a Jesus o corpo. Era o sangue dela que passava pelas veias dele.
Esse Corpo foi crucificado para a salvação do mundo, e esse Sangue foi
derramado para a redenção do mundo. Agora, participando do pão e bebendo do
cálice, Maria recebe aquele mesmo corpo e o mesmo sangue. Se nós temos grande
respeito e nos admiramos, ao recebermos o Corpo e Sangue do nosso Salvador
crucificado e ressuscitado, o que Maria deve ter experimentado, ao receber o
seu Filho e Senhor Eucarístico? Certamente, o respeito e reverência dessa santa
Mãe é um modelo muito apropriado para aqueles entre nós que recebem esse mesmo
Sagrado Pão e bebem desse mesmo Cálice de salvação!
O Santo Padre nos assegura que podemos formar uma idéia indireta do relacionamento de
Maria com a Eucaristia, ao estudarmos a sua disposição interior. Porque ele
está convencido de que Maria era uma “mulher da Eucaristia” durante toda a sua
vida, muito tempo antes que foi instituída na Última Ceia. Vejamos os diversos
elementos dessa idéia indireta do
relacionamento de Maria com a Eucaristia.
(1) A Eucaristia é primeiramente um mysterium fidei, um mistério da
fé! Só os olhos da fé são capazes de ver além do pão, o Corpo de Cristo, e além
do vinho, o Sangue de Cristo. Cremos, porque Jesus disse: “Isto é meu Corpo,
isto é meu Sangue.” Maria é nosso modelo quanto a essa fé na palavra de Deus.
Como diz o Santo Padre, “se a Eucaristia é um mistério de fé que excede tanto a
nossa inteligência que nos obriga ao mais puro abandono à palavra de Deus,
ninguém melhor do que Maria pode servir-nos de apoio e guia nessa atitude de abandono...
Com a solicitude materna, manifestada nas bodas de Caná, Ela parece dizer-nos:
«Não hesiteis, confiai na palavra do meu Filho. Se Ele pôde mudar a água em
vinho, também é capaz de fazer do pão e do vinho o seu Corpo e Sangue,
entregando aos crentes, neste mistério, o memorial vivo da sua Páscoa e
tornando-se assim “Pão de vida”»
(2) O Santo Padre diz que, de certo modo, Maria praticou a sua fé eucarística ainda antes de ser instituída a Eucaristia, quando ofereceu o seu ventre virginal para a
encarnação do Verbo de Deus. Ele continua: “A Eucaristia, ao mesmo tempo
que evoca a paixão e ressurreição, coloca-se no prolongamento da encarnação. E
Maria, na anunciação, concebeu o Filho divino também na realidade física do
corpo e do sangue, em certa medida antecipando n’Ela o que se realiza
sacramentalmente em cada crente quando recebe, no sinal do pão e do vinho, o Corpo
e o Sangue do Senhor.”
Existe, pois, uma profunda analogia entre o “Fiat”, pronunciado por Maria, e o
“Amém” que pronunciamos ao receber o mesmo Senhor em nosso coração. O que
aconteceu com Maria num sentido físico no momento da Encarnação se dá para cada
um de nós, sacramentalmente, em cada Eucaristia. Por isso, a fé e confiança na
palavra de Deus no momento da Encarnação devem encontrar um eco em nossa fé e
confiança na palavra de Deus cada vez que recebemos a Santa Comunhão. Maria, a
Mãe da Igreja, é o modelo para cada cristão, especialmente no momento de
recebermos a Eucaristia.
(3) Logo depois da Anunciação, Maria passa pela região montanhosa para ajudar
sua prima Isabel numa gravidez difícil. Ela carrega Jesus no seu ventre. O
Santo Padre vê uma dimensão eucarística no mistério da Visitação. Ele diz:
“Quando, na Visitação, leva no seu ventre o Verbo encarnado, de certo modo Ela
serve de «sacrário» - o primeiro «sacrário» da história -, para o Filho de
Deus, que, ainda invisível aos olhos dos homens, Se presta à adoração de Isabel,
como que «irradiando» a luz d’Ele através dos olhos e da voz de Maria.”
Isso é uma outra notável reflexão do Papa João Paulo II. Maria se apressa para
socorrer sua prima de uma maneira muito próxima e concreta. Preparava refeições
para ela, limpava a casa e, certamente, ajudou no que deve ter sido um
nascimento difícil. Ficou com Isabel para ajudá-la e o filho recém-nascido
durante as primeiras semanas. Ao fazer tudo isso, ela comunicava também as
bênçãos de Jesus a toda a vida familiar de Zacarias. Quando saímos da igreja
para voltar às nossas comunidades, às nossas atividades apostólicas, às nossas
casas e aos lugares do nosso trabalho, levamos conosco o Senhor Eucarístico. Em
todas as pequenas oportunidades em que ajudamos e assistimos os com quem
convivemos, o Senhor, que carregamos conosco, os abençoa. Numa palavra,
damos-lhes mais do que uma mão. Levamos o Senhor a eles, pois nós também, como
Maria, somos seu sacrário entre eles.
(4) Isto é o que João Paulo diz sobre a participação de Maria no
sacrifício do Senhor: “Ao longo de toda a sua existência ao lado de Cristo, e
não apenas no Calvário, Maria viveu a dimensão
sacrifical da Eucaristia. Quando levou o Menino Jesus ao templo de
Jerusalém, «para O apresentar ao Senhor» (Lc
2,22), ouviu o ancião Simeão anunciar que aquele Menino seria «sinal de
contradição» e que uma «espada» havia de trespassar também a alma d’Ela (cf. Lc 2,34-35). Assim foi vaticinado o
drama do Filho crucificado e, de algum modo, prefigurado o «stabat Mater» aos
pés da Cruz.” A partir da profecia de Simeão, Maria preparava-se, dia a dia,
para o que seria sua participação dolorosa na rejeição, no sofrimento e na
morte do seu Filho. Como diz João Paulo, “Maria vivia uma espécie de
«Eucaristia antecipada», dir-se-ia uma «comunhão espiritual» de desejo e oferta
que terá o seu cumprimento na união com o Filho durante a Paixão, e manifestar-se-á
depois, no período pós-pascal, na sua participação na celebração eucarística,
presidida pelos Apóstolos, como «memorial» da Paixão.”
O que significa isso para nós é claro. Se tivermos que imitar a atitude
eucarística de Maria, então temos que descobrir um sentido salutar nas
provações, nos sofrimentos, desprestígios e contratempos que se dão na vida de
cada um. Ao recebermos a Eucaristia, participamos nos sofrimentos do Senhor e
nos comprometemos, a modelo d’Ele, a oferecer os nossos sofrimentos para a
salvação do mundo. Ao imitarmos, pois, Jesus e Maria, cada vez que participamos
na Eucaristia, voltamos a dedicar-nos a um sofrimento por amor, em benefício
dos outros.
(5) O Papa João Paulo nos lembra que, do alto da Cruz, Jesus deu Maria como Mãe
ao Apóstolo João. Através de João, deu-a como Mãe também à Igreja e a cada um
de nós. Participar da memória da morte de Cristo em cada Eucaristia é aceitar
também – como João – a Maria que nos é dada novamente [em cada Eucaristia] como
nossa Mãe. Colocamo-nos “na escola da Mãe d’Ele”. Como uma criança ao lado de
sua Mãe, aprendemos dela como receber o Verbo feito carne como Pão da vida;
aprendemos como guardá-lo em oração e também como fazê-lo presente em nossa
vida diária, na convivência com os outros. Aprendemos, finalmente, como unir
tudo o que sofremos – como ela fazia – com os sofrimentos do seu Filho para o
bem do nosso mundo deformado e agressivo.
(6) Finalmente, o Santo Padre sugere que releiamos o Magnificat de Nossa
Senhora numa perspectiva eucarística. Fazendo isso, veremos como abre para nós
– como foi o caso do Santo Padre – uma compreensão mais profunda da Eucaristia.
Encontraremos aí – como ele fez – uma oração de louvor e ação de graças, uma
prece que evoca as maravilhas operadas por Deus ao longo da história da
salvação e, especialmente, na Encarnação redentora de Jesus. O Magnificat
reflete o que o Santo Padre chama de tensão escatológica da Eucaristia. Cada
vez, pois, que o Filho de Deus se torna presente entre nós na “pobreza” dos
sinais sacramentais do pão e do vinho, é lançado no mundo o germe daquela
história nova que verá os poderosos “derrubados dos seus tronos” e “exaltados
os humildes” (cf. Lc 1,52). Maria
canta aquele “novo céu” e aquela “nova terra”, cuja antecipação e, em certa
medida, a “síntese” programática se encontram na Eucaristia. O Magnificat exprime a espiritualidade de
Maria, e não há nada melhor do que esta espiritualidade que nos pode ajudar a
viver o mistério eucarístico em nossas vidas. A Eucaristia nos foi dada, para
que a nossa vida, à semelhança da de Maria, seja toda ela um magnificat, uma oração diária de louvor
ao Senhor!
Eu gostaria de concluir com algumas palavras de S. Francisco de Sales
que estabelecem relação entre Maria e a Eucaristia. “Imaginem-se a Santíssima
Virgem [na Anunciação], quando concebeu o Filho de Deus... A alma dessa querida
Mãe estava totalmente concentrada naquele amado Filho... À medida que a
grandeza de Deus estava, por assim dizer, restrita e aprisionada no seio
virginal dela, a sua alma aumentava e engrandecia mais os louvores dessa
infinita misericórdia. O seu espírito exultava de alegria – como S. João
[Batista] no ventre de sua mãe - na presença do seu Deus que sentia dentro de
si... Algo parecido se dá em muitos dos santos e devotos fiéis que recebem o
sacramento divino que contém a influência benfazeja de todas as bênçãos
celestes... [O Senhor Eucarístico] atrai-os a si pelo suave poder pelo qual
conduz [para si] os corações deles.”[2]
Bem como Maria se concentrava em oração, e com amor, no filho no seu ventre no
momento da conceição, aproximemo-nos para perto do Senhor no momento de receber
a Eucaristia. Ele, por sua vez, atrairá os nossos corações para seu Coração
pelo “suave poder” do seu grande e terno amor por nós. Bem como Maria pertence completamente
a seu Filho nela, pertencemos totalmente a Cristo em nós. No momento de receber
a Eucaristia, que o Senhor nos diga, e nós digamos a Ele tenui nec dimittam: Eu o tenho e não o soltarei! Isso, por
excelência, é a atitude que o finado Santo Padre tanto desejava que cada um de
nós tivesse durante este ano da Eucaristia. Se quisermos honrar a memória dele,
imitemos o seu grande amor por Maria e a Eucaristia. Como eram para ele – e,
antes dele, para S. Francisco de Sales – sejam elas as duas colunas da nossa
vida espiritual.
REESTRUTURAÇÃO: COMISSÕES EM CONJUNTO SOBRE FUSÃO
Já existe na Congregação uma comissão em conjunto sobre fusão, ou
seja, aquela entre as Regiões de Keimoes-Upington e Keetmanshoop. Em breve,
haverá outra, esta entre as Províncias de Alemanha e Áustria-Alemanha do Sul.
Na minha última Carta Circular (Setembro-Outubro de 2004), mencionei
que eu ia fazer uma visita canônica na Região de Keetmanshop, em setembro de
2004. Essa visita realizou-se no contexto do retiro anual junto também com os
Oblatos da Região de Keimoes-Upington. No decorrer do retiro e após um processo
de discussão, discernimento e oração, os membros das duas Regiões, por votação
separada e secreta, votaram, com grande maioria, que se iniciasse um processo que
conduzirá à união das duas Regiões em setembro de 2006. Para alcançar esse
objetivo, uma comissão em conjunto sobre fusão foi criada que consiste em
quatro Oblatos, dois de cada Região. A sua tarefa será elaborar os detalhes e estabelecer
os passos necessários para realizar a união dentro do prazo combinado. Além de
muito trabalho árduo, boa vontade e comprometimento dos dois lados, é muito
mais necessária ainda a oração para a feliz conclusão desse empreendimento.
Faz pouco, os Provinciais e Conselhos das Províncias da Alemanha e de
Áustria-Alemanha do Sul decidiram nomear um pequeno grupo de quatro Oblatos,
dois de cada Província, que – durante o ano vindouro – marcarão os passos
necessários que, se aplicados, possam muito bem conduzir à união num futuro não
demasiado distante. As duas Províncias contam com alguns impulsos ou orientações
que o Capítulo Geral puder dar quanto aos esforços de reestruturação nesse
sentido. Estão conscientes de que estão só no começo de um processo que,
possivelmente, será prolongado e que,
afinal de contas, talvez não chegue, de forma alguma, à união.
Os coirmãos valentes dessas Regiões e Províncias começaram uma
caminhada da qual o fim, por agora, é muito imprevisível. No entanto, confiam
que Deus lhes mostrará cada passo seguinte. Com coragem e muito empenho, estão
resolvidos a seguir, passo por passo, a orientação d’Ele. Sei que vocês os
acompanharão com suas orações e bons desejos.
COMISSÃO PREPARATÓRIA
Em vez de um encontro de Superiores Maiores neste ano, a Comissão
Preparatória para o Capítulo Geral de 2006 se encontrará em Annecy, de 31 de
julho até 5 de agosto de 2005. Nos Estatutos Gerais 8-10, constam as diretrizes
sobre os componentes e a responsabilidade dessa comissão. Uma das tarefas mais
importantes da Comissão Preparatória é “Esboçar uma agenda de propostas
concretas” baseada nos “assuntos apresentados pelo Conselho Geral e as
Províncias”. (E.G # 9) Qualquer Oblato ou grupo de Oblatos podem apresentar
propostas e sua motivação a Padre Sebastan Leitner, Presidente da Comissão
Preparatória. Estimulo vocês, membros da Congregação, a fazer isso e assim
partilhar com a Congregação a sabedoria que têm adquirido através de muitos
anos de experiência prática como Oblatos.
Além de esboçar uma agenda de propostas que então será divulgada pela
Congregação afora, antes do Capítulo Geral, pedi à Comissão que considere
seriamente o formato atual de como as propostas serão encaradas e tratadas
durante o Capítulo Geral. Tenho experiência de que, quando o Capítulo se aproxima
do fim da agenda, há muitas vezes uma pressão crescente por parte dos membros
para apressar-se nos itens restantes da agenda. Isso, às vezes, levou a
decisões que são tomadas sem prover adequado encaminhamento para o Superior Geral
e o Conselho Geral para sua aplicação ou sem consideração adequada quanto ao
modo como as decisões tomadas hão de ser custeadas ou quem as executa. Espero
que, com planejamento cuidadoso, possamos estruturar as sessões de trabalho do
Capítulo de forma que permita tempo apropriado
para a discussão e o discernimento que conduzem a decisões que
apresentam um rumo útil para o Superior Geral e o Conselho Geral e, quando for
o caso, para os Superiores Maiores quanto à aplicação, ao financiamento e à indicação
de executor(es).
FUNDO CHABLAIS DAS MISSÕES, DOAÇÃO DA HOLANDA
Com a doação generosa de mais do que duzentos mil euros da Província
Holandesa, a Congregação, até hoje, contribuiu quase dois milhões dólares para
o Fundo Chablais das Missões, quase 1/5 do montante do desejado fundo inicial
de dez milhões de dólares. Todas as Províncias e Regiões, conforme seus meios o
permitirem, concordaram em alcançar fundos durante os anos vindouros. Sei que
estou falando em seu nome ao agradecer todas as Províncias, Regiões,
comunidades de Oblatos e indivíduos que têm contribuído tão generosamente
durante os últimos anos para o Fundo Chablais das Missões. Essa generosidade
mostra o grande amor que nós, Oblatos, temos pelas missões e a grande
satisfação que temos com os esforços dos nossos coirmãos missionários desde os
primórdios da Congregação.
Está havendo esforços agora pelo Diretor Executivo da Comissão do
Fundo Chablais das Missões, ao solicitar fundos por parte de diferentes
organizações eclesiais e caritativas, sem excluir os leigos, para o Fundo
Chablais das Missões. Isso é um empenho a longo prazo que exige muito trabalho
árduo e atenção cuidadosa e permanente, dirigida a doadores potenciais. Isso
requer também transparência e contabilidade da nossa parte quanto ao pedido e
uso de fundos para projetos específicos em favor dos nossos missionários e suas
necessidades.
Durante o encontro do Conselho Geral na Índia, no mês de janeiro, os
membros do Conselho Geral, acompanhados pelo Coordenador Geral das Missões,
trabalharam muito durante alguns dias para formular propostas concretas e
políticas a serem consideradas pela Comissão Preparatória e, mais tarde, pelos
membros do Capítulo Geral a respeito de estruturas e responsabilidades futuras
da atual Comissão de Missão Chablais. Depois os membros da Comissão de Missão
Chablais formularam também propostas que se referem a áreas similares.
Espera-se que, durante os meses vindouros e talvez durante o encontro da
própria Comissão Preparatória, se chegue a um entendimento sobre os detalhes
dessas propostas para serem apresentadas ao Capítulo Geral.
VOCAÇÕES, HAITI E A REGIÃO SUL-AMERICANA
A meu pedido, o Superior Regional da Região Sul-Americana, acompanhado
de um dos seus conselheiros, visitou, faz pouco, Padre Tom Hagan, OSFS, em
Port-au-Prince, Haiti. A finalidade principal de sua visita foi encontrar-se
com os sete jovens haitianos, que estão associados com o apostolado de Padre
Tom Hagan ali e interessados em tornar-se Oblatos. Depois da visita deles, o
Conselho Regional resolveu por voto aceitar esses jovens no noviciado a
iniciar-se em fevereiro de 2006. Um programa de formação espiritual, salesiana
e linguística continuará de agora até setembro de 2005, quando irão para o
Brasil para iniciarem o postulantado. Os que fizerem a sua primeira profissão
ao concluir o noviciado serão professos como membros da Região Sul-Americana.
Depois da sua profissão, voltarão para Haiti com um formador da Região
Sul-Americana quem os acompanhará nos anos da formação e estudo deles.
Em todos os aspectos, isso é um ato muito generoso por parte dos
Oblatos da Região Sul-Americana. Fiquei muito impressionado – e certamente
vocês também – pela razão principal que Padre Aldino Kiesel indicou por que
aceitar esses jovens: “Parte do motivo dessa decisão é, primeiramente, que, se
hoje existimos como Região, existimos, porque no passado Províncias da
Congregação enviaram coirmãos a nós, e eles deram (e continuam dando) apoio financeiro.
Depois de recebermos tanta ajuda, por que nós não serviríamos à Congregação
agora, fazendo o que nos for possível?”
Recentemente, um jovem seminarista ucraniano começou um período de
três meses de discernimento na Comunidade de Eichstätt. Ele é a primeira
realização tentativa do apostolado de Padre William Gore na Ucrânia e da
disposição da Província Áustria-Alemanha de Sul a aceitar como membros de sua
Província aqueles ucranianos que estão interessados em tornar-se Oblatos.
Já durante alguns anos, a Região Sul-Americana acolheu um jovem de
Yucatán para viver numa comunidade de formação dos Oblatos, enquanto segue
estudando filosofia e discernindo uma vocação relacionada com os Oblatos.
Provavelmente, um segundo jovem de Yucatán estará junto com ele, em Manta,
Equador. Esses jovens entraram em contato conosco, os Oblatos, por meio de
Padre William Auth que tem exercido seu ministério, durante muitos anos, entre
os Maias da península mexicana de Yuacatán. A qual Província ou Região esses
jovens, afinal de contas, pertencerão, será estabelecido antes do início do seu
noviciado.
Vocês podem ver que vocações estão vindo em nossa direção, de lugares
e circunstâncias muito diferentes dos que costumávamos conhecer. Além de acolhermos
com abertura os estímulos do Espírito, sejamos também ativos na persecução de
vocações, em lugares novos e em circunstâncias diferentes.
UM ENCONTRO DO CONSELHO GERAL NA ÍNDIA
A maior parte da agenda para o encontro do Conselho Geral de janeiro
de 2005 disse respeito a assuntos costumeiros da Congregação. O ambiente, no
entanto, não foi nada costumeiro. Pela primeiríssima vez, o Conselho Geral se
encontrou na Índia. Enquanto estávamos lá, celebramos a festa de S. Francisco
de Sales em nossa comunidade de Samarpanaram em Bangalore e em nossa comunidade
de Salespuram em Kerala. Foi uma alegria estar com tantos jovens Oblatos e os
que se preparam a sê-lo. Durante nossa visita em Samarpanaram, Padre Shaju J.
Kanjiramparyil foi instalado como Superior, e, no dia 24 de janeiro, o
escolástico Balaswamy Dande fez seus votos perpétuos. Aquela mesma noite, a
comunidade se despediu de Padre Josef Költringer que agora está nas Filipinas.
Umas semanas mais tarde, a comunidade se despediu de Padre John Dolan que,
depois de cinco anos na Índia, voltou agora para os Estados Unidos. A
Congregação agradece muito a esses dois coirmãos pelos anos do seu serviço
generoso na Índia. De forma crescente, Oblatos indianos estão assumindo postos
de liderança, um sinal seguro que a Congregação está sendo implantada
solidamente na Ásia!
Já durante algum tempo, os Oblatos na Índia têm estado discernindo
atividades apostólicas no futuro na educação, ministério paroquial e em outros
ministérios. Provavelmente, o primeiríssimo apostolado em conjunto será uma
casa de residência para jovens estudantes a qual será criada na propriedade de
Samarpanaram. Inspirada no novo ministério dos Oblatos em Wilmington, Delaware,
“A Escola Preparatória Natividade”, nome dessa hospedaria, proporcionará a
moços com boa capacidade intelectual a oportunidade de uma formação sólida e,
com isso, um futuro esperançoso. Tal oportunidade provavelmente não estaria à
disposição de outra forma, por motivo de sua situação econômica.
Considerar-se-á especialmente a jovens vítimas e órfãos do tsunami recente. É
um empreendimento ousado para uma fundação tão nova. Por favor, sigam rezando nessa
intenção.
Antes de deixar o assunto da Índia, convido-os a rezar por Padre Franz
Aregger. Logo depois de voltar para a Suíça, depois de estar conosco durante
diversas semanas na Índia, durante o mês de janeiro, o Padre se submeteu a uma
cirurgia de cinco pontes de safena e está recuperando agora.
COMUNICAÇÕES
Durante a visita canônica da Região Keetmanshoop, setembro p.p., Padre
Fransiskus Xavier Swartboy foi eleito Superior Regional. Logo depois da recente
visita canônica, Padre Konrad Haussner foi indicado para uma terceira gestão da
Província Áustria-Alemanha do Sul. Em nome de vocês, expresso felicitações a
esses coirmãos e um sincero muito obrigado para os dois por assumirem postos de
liderança na Congregação.
A Província Áustria-Alemanha do Sul celebrará seu centenário em 2006.
Antecipamos-lhes as nossas felicitações!
Cinco coirmãos faleceram desde a última Circular Generalícia de
Notícias. De acordo com o Estatuto Geral 6, recomendo às suas orações fraternas
os Padres Otto Heissig, John Gavin, Giuseppe Chiminello, Paul G. Gillespie e o
Diácono Eric Laudeman.
Alegro-me por poder comunicar-lhes que houve oito primeiras
profissões, seis profissões perpétuas e duas ordenações sacerdotais, e mais uma
outra, prevista para 28 de maio de 2005, ou seja, a de Luciano Marcos Demarco
Rossetto da Região Sul-Americana.
MINHA AGENDA
A partir de 31 de julho (dia da chegada) até 5 de agosto de 2005 (com
saídas no dia 6 de agosto de 2005), a Comissão Preparatória se encontrará em
Annecy, França. A visita canônica da Província Italiana e da Região
Keimoes-Upington realizar-se-ão em setembro de 2005. Eu participarei do
Encontro Federal da Segunda Federação das Visitandinas americanas do dia 21 a
25 de outubro de 2005. O Conselho Geral se encontrará em Roma, no mês de
janeiro de 2006.
Até o tempo que receberem a tradução desta carta, a Igreja,
certamente, terá um novo Papa. Mesmo agora, posso ver os comentários dos
jornais e escutar outros que se ocupam com considerações políticas que conduziram
à eleição dele. Nós, pessoas de fé, confiamos que, independente de todas essas
considerações e, muitas vezes, apesar das mesmas, quem realmente faz a escolha
é o Espírito Santo. Por isso, comprometemo-nos, a partir da fé e de todo o
coração, com o sucessor atual de São Pedro. Ao fazermos isso, seguimos o
exemplo tanto do nosso Padroeiro como do nosso Fundador. Que Deus dê ao novo
Santo Padre saúde, santidade e sabedoria! Acima de tudo, que lhe dê o coração
de um pastor!
Fraternalmente em nosso santo Padroeiro e virtuosos Fundadores,
Lewis S. Fiorelli, OSFS
Superior Geral.